sábado, 27 de agosto de 2011

A culpa é da Interpretação (Alegação das Faculdades de Direito após o fiasco dos alunos no exame da OAB)

Interessante notar como realmente os nossos profissionais de propaganda continuam despreparados, após ver o novo comercial da Toyota, realizado pela empresa Dentsu Brasil, em que Wagner Moura, reconhecido ator que preza pela excelência que obteve ascensão com o personagem Capitão Nascimento no filme Tropa de Elite, compara sua busca de aprimoramento na apresentação de seu trabalho ao público como a busca do caminho pela qualidade que a empresa Toyota faz até aí nenhum problema, o que provoca certo mal-estar é o anúncio que a Toyota investe a soma de um milhão de dólares por hora em nível mundial, veja bem, usando uma calculadora comum percebe-se que o resultado disso é a soma de setecentos e vinte milhões de dólares por mês somente em pesquisas, deixo o espaço aberto para que representantes da Dentsu Brasil ou mesmo da Toyota esclareçam os números pois vejo duas explicações plausíveis ou acreditaram que o sistema educacional do Brasil é totalmente falido e o público não teria a capacidade de perceber as relações matemáticas para chegar ao resultado, ou talvez por estarmos em um país em que os escândalos só se realizam em escala milionária seria vergonhoso a empresa anunciar que investia menos do que encontramos em algumas roupas íntimas parlamentares...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sou um FDP feliz e por isso não desisto...

Veja bem, caro leitor,

Não é que quero me gabar como meus antecessores e contemporâneos amigos blogueiros, fuxiqueiros, em jornada espiritual entre outras atividades, porém – (e vou falar sempre vem um, mas, contudo, todavia, no caso) – mas como estava falando acabo de lançar a maior campanha já lançada nos meios esportivos desde a Copa da África do Sul em que se aproveitando do sentimento de culpa mundial pelo aquecimento global e a onda da conservação, foi lançada uma campanha para a salvação de um pássaro extremamente raro.

Rogamos ao mundo pela salvação de nosso mais recente habitante da fauna nacional, que muitos exploradores e ornitólogos do mundo inteiro ainda procuram registrar, não temos informações sobre características básicas tais como: o vôo, a nidificação e o mais raro o canto, só utilizado de quatro em quatro anos quando a seleção consegue marcar (raridade maior que essa só urso panda), bem todos já sabem de quem estou falando, o ilustre, a majestade (e não é o sabiá), único:

CALA A BOCA GALVÃO

Sim um pássaro a beira da extinção e com um agravante ele não tem predadores naturais, este magnífico exemplar de puro exotismo e porque não erotismo como diria Caetano, ou o importante não é ver o pássaro e sim salvá-lo como afirmaria Gil.

E porque relembrei toda essa história bem senhores meu objetivo é lançar a campanha esportiva cujo bordão será sou um FDP feliz e por isso não desisto...

Então pedimos a você insatisfeito leitor da mesmice em que se encontra nosso sistema para se levantar e gritar a plenos pulmões, como um mantra de libertação nosso bordão: sou um FDP feliz e por isso não desisto... Tenho certeza que deixaremos o mundo impressionado com nossa mensagem e alçaremos ainda mais a imagem de nosso “colosso deitado eternamente em berço esplêndido” ainda mais, pois digo a você incauto leitor todos afirmam que o Brasil está na moda eu, contudo digo que no futuro essa frase será dita desta maneira: The Fashion is in Brazil.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

OS RATOS

[...] — Não é vergonha ter as suas dívidas. (Naziazeno meio tem um sobressalto!...) Eu tenho muitas e até me orgulho com isso: é um sinal de crédito.
[...] O sol se aplaca sobre ele, como se tivesse peso e consistência.

Foi num dia azul, uma tarde modorrenta, que ouvi essa estória... Quem contou? Um homem de andar vacilante, palavra firme... Seu nome? Pernatorta... Seu neto gostou? O senhor quer ouvi-lá? Para mim é uma honra...
Finalmente, conseguira fugir... Como escapei? Não sei, por onde andei? Esqueci... Depois de muito andar, finalmente, a paz, beira de estrada, respiração inconstante, o pulsar do coração frenético...
Que faz por aqui não sabe que somos alvos fáceis em campo aberto, vamos procurar um buraco para nos enfiar. – assim disse meu admirado companheiro.
Não, não vou por aí, tenho medo de locais apertados... Respondi.
Como pode? Não é de nossa natureza, vivemos cavando e nos entocando... Os tempos estão mudando, os antigos previram... O mundo grita não mais sussurra como antes, medo de lugares fechados, deve ser um sinal, os que retornam sofrem sempre, ainda ontem ouvi dizer de um “sombrio” que tem medo de altura, diz que a terra tremeu em um lugar, a água invadiu outro sei que o tempo é curto e o medo é grande...
Esquadrinhava-me, queria entender-me? Será que solidarizava com minha situação ou era a mera sensação de sentir-se melhor por não ser ainda mais inferior, ser menos assustado, ter menos manias de perseguição, paranóias, um atormentado...
Referira-se a um “sombrio” com medo de altura, a terra tremendo, a água invadindo... As profecias antigas se cumpriam, meu medo do abrigo era também um sinal? Será que se encaixava? Estava fadado a cumprir um mero capricho, um desígnio, simplesmente, estava determinado...
Onde ouviu sobre esse “sombrio” meu caro? – perguntei com certa ansiedade. Olhou-me assustado: - amigo sei que não é fácil ser o que somos... Mas basta, não lembra do que aconteceu com aqueles que se entregaram uma vez, nunca mais resistiram e assim sempre o fazem...
Estranho não me recordava de tal evento, o que o amigo queria dizer? Olhou-me mais demoradamente, seus olhos de admirados, lentamente, avançaram para a perplexidade...
Como foi assim é, e sempre será... Não posso negar-lhe nossa origem, uma vez que conhecerdes a estória só vai precisar contá-la para confirmar quem é, pois somos todos iguais, iguais a você... – meu companheiro faz uma pausa e inicia a narrativa.
Há muito, muito, tempo atrás o antigo disse ao mais novo...
Veja! Ao seu redor tens as galerias, nosso poder, destino e tradição. Acima temos o espaço vazio, perigoso e quem lá vai jamais retorna. Bem assim pensam todos os de nosso clã, mas conheci alguém que foi e retornou. Muito sofreu, chegou com um andar estranho, o corpo cansado, um falar perturbado e ao lado do seu leito me deixaram, contava com a mesma idade que a sua.
Disse-me ele entre delírios e lampejos de sanidade, que o mundo lá fora tinha um grande preço a ser pago para quem nele se aventurasse esse preço era a própria vida, mas estávamos fadados às profecias, aos textos antigos, aquilo que se guardava e poucos conheciam...
Alguns nasciam descontentes com nosso lar eterno, e procuravam o grande espaço e foi assim que aconteceu com ele e com outros que conheceu pelo caminho e trilhando lugares perdidos soube da saudação e essa saudação é o que nos torna igual, porque somos iguais, iguais a você...
Naquele breve momento, finalmente, senti-me aceito, meu companheiro olhou-me demoradamente e apenas sorriu, minha jornada se iniciara...